Considerando que:
– “A reinserção social é uma intervenção que redunda em processos de socialização e/ou ressocialização e na procura da construção de um projeto de vida sustentado, orientado para a realização pessoal, através do envolvimento do agregado familiar e da comunidade em geral” (SICAD).
– “Para a concretização do processo de reinserção é necessário que o indivíduo disponha de condições de vida básicas, de modo a poder exercer a condição de cidadão de plenos direitos e deveres. Importa, por isso, garantir o acesso à saúde, à habitação, à proteção social e à cidadania, para se poder negociar e contratualizar com o indivíduo objetivos de inserção e de autonomização” (SICAD).
-A reinserção é uma parte integrante e complementar do Tratamento. Processo global que se inicia em simultâneo com o tratamento;
– É um processo de carácter individualizado, pressupondo a avaliação das suas necessidades e recursos pessoais e sociais de modo a se definir em negociação com o utente objetivos e estratégias a negociar;
-Contempla uma abordagem sistémica e comunitária partindo da realidade pessoal e social da pessoa e a dinamização da rede de parceiros locais.
– A intervenção tem em conta as causas associadas, e promove deste modo uma estratégia global que contempla as diversas dimensões da realidade da pessoa e da sua rede de suporte;
A ARRISCA atua em estreita colaboração com os parceiros com responsabilidade nas diferentes áreas como o ISSA, A DRQPE, DGRS, DRSS, etc.
Dimensões da intervenção
Estratégias complementares de reabilitação (dirigidas à pessoa) e de (re) inserção e (re)integração dirigidas ao seu meio.
Centralidade na Pessoa
Para além do Modelo Integrado de Cuidados Continuados, o modelo de intervenção utilizado é o da Reabilitação Psicossocial, tendo como objetivo capacitar o utente para o aumento e implementação das suas capacidades para funcionar e se adaptar num meio específico e alcançar a normalização, este processo de ajuda visa o melhoramento do seu funcionamento global.
Assenta em três princípios fundamentais:
– Recovery, toda a pessoa é passível de crescer e de conquistar um novo modo de vida, a esperança, a confiança pessoal, a participação social, o autocontrolo sobre a própria vida e sobre os efeitos da sua patologia;
– Empoderamento, visa a emancipação do utente a todos os níveis: autonomia e responsabilidade, levando-o por um processo com o termo eficaz na luta pelos seus direitos e na participação em todas as decisões que afetam a sua vida;
– Advocacia, tem como objetivo a defesa ou representação do utente e dos seus interesses junto de recursos e da sociedade em geral, quando necessário.
Face ao exposto considera-se que as intervenções no âmbito desta dimensão devem centrar-se na mediação para a cidadania, nas competências pessoais e sociais e nas competências pré-profissionais.
Esta dimensão tem por objetivo melhorar as condições habitacionais, de saúde e de subsistência, de acordo com as necessidades pessoais. Nos casos em exclusão social e em parceria com o ISSA através de Acordos para Apoio Direto aos utentes para renda, medicação e alimentos.
O desenvolvimento de competências pessoais e sociais tem por finalidade desenvolver no indivíduo a capacidade de se relacionar consigo e com os outros sem a mediação das substâncias, sendo capaz de estabelecer
Para que a pessoa tratada e em processo de reinserção desenvolva relações interpessoais e sociais baseadas na comunicação, na compreensão, nos valores, na capacidade de decisão, na automonitorização e na autorregulação, a ARRISCA desenvolve atividades de promoção de hábitos de organização pessoal, autonomia, responsabilidade de gestão e organização do tempo, gestão do dinheiro, da medicação, assim como cuidados pessoais no Apartamento de Reinserção Social.
Competências pré-profissionais e profissionais
A obtenção e manutenção de emprego é um dos objetivos da área de reinserção a ARRISCA nesta área desenvolve estratégias de adaptação ao mundo do trabalho, bem como de superação de dificuldades no relacionamento interpessoal e grupal, com vista à aquisição de competências básicas para o exercício de uma profissão através do Serviço de Inserção Socio-Laboral e Fórum Socio Ocupacional
Serviço de Inserção socio-laboral
O objetivo da intervenção do Serviço de Inserção Socio-Laboral é a inclusão de públicos em Situação de Exclusão Social no mercado normal de trabalho. Pretende-se, por um lado, promover as competências e as potencialidades das pessoas em situação de maior desvantagem social no acesso ao mercado de trabalho. Por outro lado, desenvolve-se um trabalho de sensibilização e de promoção da responsabilidade social das empresas, visando a criação de alianças com a comunidade empresarial em prol da inclusão social.
No que se refere à integração em Programa Ocupacional -PROSAS e CTTS (em parceria com a DRIO, DREFQP), o objetivo principal é proporcionar aos desempregados em situação de exclusão social uma ocupação socialmente útil, enquanto não é possível a integração no mercado normal de trabalho. Desta forma, estão em constante contacto com outros trabalhadores e outras atividades, prevenindo, deste modo, o isolamento social e a tendência para a desmotivação e marginalização.
Sistemas Sociais
A participação de todos os recursos locais e a coresponsabilidade de todos nos processos de reabilitação constitui um elemento facilitador de inserção.
Assim, a ARRISCA participa nas 6 Redes Locais de intervenção de todos os concelhos de S. Miguel nos vários eixos de intervenção.
Do processo de reabilitação e reinserção faz parte a elaboração de um Plano Individual de Reinserção (PIR) que compreende todas as dimensões de vida com as capacidades e necessidades expressas.
No que à inserção no mercado de trabalho diz respeito toda a abordagem é feita em parceria com a Direção Regional Qualificação Profissional e Emprego (DRQPE)/ Agência para a Qualificação e Emprego, o Instituto de Solidariedade Social dos Açores (ISSA) e a Direção Regional da Solidariedade Social (DRSS).
Neste âmbito, são estratégias fundamentais:
Com vista à identificação dos constrangimentos face às necessidades de reinserção, tais como pagamento de passes, etc.
A articulação com a DRPIIS visa o apoio aos encargos sociais com a integração em programas sociais;
A colaboração com a DRQPE visa:
A articulação com a DRQPE faz-se com vista à integração de vagas em programas ocupacionais e ou de formação e qualificação e à facilitação da integração no mercado de emprego de pessoas com vulnerabilidade.
iii)Articulação com a Direção Regional da Educação (DRE) e Escolas Profissionais da RAA – O trabalho em meio pré-profissional, em parceria com escolas com cursos profissionais e com escolas profissionais, permitem uma intervenção atempada e precoce em jovens com CAD e ou vulnerabilidade de exclusão social.
Assim, a ARRISCA para além de intervir com ações de prevenção em comportamentos de risco, colabora como campo de estágio de jovens em formação tanto nos espaços ocupacionais para jovens formandos como no Centro de Dia para formandos dos cursos de Animação Socio- cultural.