Perguntas Frequentes

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Nesta área encontra respostas às perguntas frequentes sobre os serviços prestados pela Associação ARRISCA.
Tenho um problema com drogas e/ou álcool. Onde posso dirigir-me?

Por contacto direto nos Centros de Saúde / Unidade de Saúde da sua zona de residência;

Dirigindo-se à ARRISCA para obter informações sobre as possibilidades de tratamentos disponíveis para os problemas relacionados com uso de substâncias lícitas ou ilícitas e dependências.

Acho que o meu filho está a consumir drogas, mas não tenho a certeza. Não tive ainda coragem para abordá-lo. O que faço?

Poderá ligar para a – Linha Vida SOS Droga – 1414 – e falar com um técnico e colocar-lhe todas as suas dúvidas. Se procura um atendimento individualizado, pode também dirigir-se à Equipa da ARRISCA, esta podê-lo-á esclarecer e orientá-lo. Nesta página poderá encontrar informações sobre as substâncias e os seus efeitos e jogos interativos.

O meu filho tem um problema com drogas, mas não se quer tratar. Há algum sítio onde me possam ajudar?

Pode dirigir-se à Equipa da ARRISCA e/ou Centro de Saúde e pedir uma consulta como familiar. Os profissionais orientá-lo-ão nas diferentes formas de ajudar o seu filho a criar motivação para se tratar.

Podem obrigar o meu filho a tratar-se?

Os tratamentos para as dependências são voluntários – o utente tem de aceitar fazê-los, podendo abandonar o tratamento se e quando o desejar. O envolvimento da família é muito importante e um meio de motivação ou de permanência em tratamento mesmo quando as pessoas estão motivadas.

Há alguns meses, por brincadeira comecei a consumir drogas sintéticas, nas saídas aos fins de semana com os amigos. Porque é que não consigo parar de consumir?

É importante que perceba que precisa de ajuda profissional para resolver o seu problema. É muito difícil parar os consumos por si próprio mesmo que o tente. Esta dificuldade tem a ver com as alterações provocadas no cérebro pelo uso repetido de substâncias psicoativas, alterações que se mantêm mesmo após a cessação dos consumos. Uma das consequências mais comuns do uso continuado e repetido de substâncias é a incapacidade de controlar o impulso de consumir, mesmo quando se deseja fazê-lo.

Como se realiza o tratamento da toxicodependência e/ou do alcoolismo?

Existem vários métodos para o tratamento da dependência de substâncias psicoativas. Os técnicos devem avaliar cada caso e propor a intervenção mais adequada, tomando em linha de conta a história de vida e a situação atual. Importante é saber que o tratamento das dependências é um processo longo e exigente que implica frequentemente a intervenção de várias valências. Assim, se a 1ª fase pode visar a abstinência dos consumos de substâncias psicoativas, lícitas ou ilícitas, as seguintes centram-se mais na reorganização psicológica e na reinserção social e profissional. É fundamental avaliar o estado de saúde física e psíquica do utente, em muitos casos profundamente comprometida o que implica intervenções específicas nestas áreas. O tratamento pode passar por avanços e recuos, pois implica uma reorganização mapeamento mental e mudanças no estilo de vida, que são difíceis de praticar e manter, podendo desencadear sentimentos muito contraditórios. As relações com os outros e a perceção do mundo, o seu desempenho no trabalho e as suas rotinas também vão modificar-se. Se por um lado estas modificações podem despoletar sentimentos de prazer, alívio, orgulho, apoio e reconhecimento social, noutras alturas porém, podem originar insegurança, ansiedade, solidão, desconfiança, vazio ou impotência. Se o processo terapêutico não for consistente poderá perder a motivação e confiança fatores de possível recaída.

A toxicodependência e as doenças mentais graves estarão relacionadas? Isso não dificulta o tratamento?

Existe um número grande de toxicodependentes que apresenta duplo diagnóstico (doença mental e dependência) segundo os dados 60% das pessoas com dependência a substâncias psicoativas, sejam elas lícitas ou ilícitas, sofrem de uma outra perturbação do foro mental. O tratamento torna-se mais complicado pois o doente mesmo que cesse os consumos, uma recaída na outra patologia pode desencadear recaídas nos consumos, reforçando a dificuldade de recuperação e reinserção. A intervenção deverá tratar de uma forma integrada a dependência e a patologia mental após uma análise cuidada de cada caso concreto.

Como se marca uma primeira consulta na ARRISCA?

Poderá telefonar primeiro para se informar, bem como sobre os horários de atendimento. Antes da primeira consulta realiza-se uma entrevista de acolhimento (se marcada é psicossocial) se não agendada (plantão), onde são recolhidos algumas informações sobre a sua situação atual e passada, de forma presencial. Neste primeiro contacto os técnicos irão pedir-lhe alguns elementos de caracterização, como por exemplo: a residência; os contactos telefónicos e um resumo muito breve da situação que o levou a procurar ajuda. Tendo em conta a informação sobre o motivo do seu pedido e história de consumos, são apresentadas as hipóteses de solução mais adequadas para o seu caso, informando-o sobre todas as respostas possíveis, após consentimento informado, é encaminhado para as valências de tratamento mais adequadas às suas necessidades e assinado um contrato terapêutico.

Nesta primeiro contacto sou logo medicado?

A entrevista de plantão tem como objetivo conhecê-lo e fazer uma primeira avaliação das suas necessidades. No caso de a pessoa ser maior, com o seu consentimento a família poderá ser incluída como “terceira pessoa” complementando a avaliação e mais tarde colaborar no tratamento. A partir desta 1ª avaliação, os técnicos das equipas vão elaborar um projeto terapêutico em conjunto com a pessoa a tratar. Só na consulta médica e muitas vezes após alguns exames complementares é que o médico prescreve a proposta farmacológica.

É correto tomar a medicação de alguém que está a fazer tratamento e que tem o mesmo problema que nós?

Não, não é correto. O tratamento adequado para o abuso de qualquer substância depende de vários fatores e exige ser prescrito por um médico. O que resulta numa pessoa pode não ser o indicado noutra, as pessoas são diferentes, os padrões de consumo, as causas, as objetivos e os contextos não são iguais em todas as pessoas, mesmo que partilhem a mesma substância e o mesmo grupo de amigos. O tratamento deve ser personalizado e de acordo com as características e as necessidades de cada pessoa. Só um médico com formação e com experiência poderá fazer um diagnóstico correto, propor um programa de tratamento e acompanhar a sua evolução.

Sou toxicodependente e consumo heroína. Já tentei muitos tratamentos mas agora falei com uns amigos que estão a tomar Metadona e estão a dar-se muito bem. Queria começar também a tomar. Onde posso dirigir-me?

A proposta para um Programa de Tratamento com o medicamento cloridrato de metadona tem de ser avaliada pelo seu pelo seu médico, carecendo sempre de prescrição médica. Existem indicações, critérios e regras para a admissão nestes programas que são importantes conhecer. É importante saber que o tratamento da dependência de heroína tem várias componentes: para além das respostas farmacológicas, de que o cloridrato de metadona pode fazer parte, as intervenções a nível psicológico e de reinserção social são indispensáveis para aumentar a probabilidade de sucesso. O tempo de permanência no programa é é variável de caso para caso.

Ao prescrever metadona ou buprenorfina não estarão a substituir uma dependência por outra em vez de tentar curar a toxicodependência?

Não, a metadona e a buprenorfina são medicamentos prescritos e administrados nos casos em que os doentes, por variadas razões, não têm condições ou não podem integrar um programa de abstinência. Além disso, a utilização destes medicamentos é feita de modo controlado, adaptada a cada caso, de acordo com a condição de saúde e motivação para o tratamento dos doentes, geralmente na presença de técnicos ou, em alguns casos, de familiares. Os efeitos destes medicamentos são diferentes da heroína ou outras substâncias similares e a sua utilização, em condições controladas, é segura. A metadona e a buprenorfina têm um efeito gradual e produzem níveis estáveis de opióides no cérebro, o que evita os efeitos mais aditivos (súbita e intensa euforia, a que se segue uma queda brusca e consequente vontade de voltar a consumir), e assim reduzem o desejo de consumo de heroína e de outros opióides. O tratamento com metadona ou buprenorfina salva vidas, ajuda a estabilizar os indivíduos, permite a abordagem terapêutica de outros problemas médicos, psicológicos e sociais, contribuindo para a inserção efetiva da pessoa na família e na comunidade.

Sou toxicodependente, às vezes consumo heroína, mas a minha droga preferida é a cocaína. Disseram-me que não há tratamento para o consumo de cocaína, tem de ser só a "força de vontade". Isso é verdade?

Não é verdade. Existem diversas intervenções para a dependência de cocaína, que incluem a congregação de intervenções farmacológicas, psicológicas e sociais. Para tal, deverá dirigir-se ao seu médico ou a uma instituição que trate toxicodependência, aí será avaliada a situação em que se encontra e ser-lhe-á proposto um programa terapêutico específico, o qual deverá contemplar de forma integrada todos os seus problemas de dependência, bem como outras complicações ao nível da saúde física ou mental que eventualmente tenham vindo a surgir, associadas a esses consumos.

Estou a fazer tratamento à dependência de drogas mas por vezes consumo. Quando tenho problemas não consigo resistir. Não estarei a perder tempo num tratamento que até agora não me livrou do problema?

Não deve desistir: consoante a fase do tratamento em que se encontra e o seu caso concreto, existem vários tipos de respostas que se podem adaptar às necessidades e à evolução do seu caso concreto. Para além do objetivo de parar os consumos, o tratamento deve procurar a reintegração das pessoas no meio familiar, laboral e comunitário. Este percurso pode ser feito com avanços e recuos, com recurso a diferentes estratégias que podem passar por psicoterapia, com ou sem apoio de medicação, terapia familiar, plano individual de reinserção, e outras. A adição, durante o processo de tratamento, pode ser gerida de modo a permitir que cada indivíduo consiga retomar o controlo da sua vida. Tal como acontece com outras doenças crónicas, é frequente a ocorrência de recaídas no consumo de substâncias, lícitas ou ilícitas. A recaída não significa que tudo esteja perdido, do mesmo modo que o abandono temporário da terapêutica ou da dieta prescrita para um doente hipertenso não é sinónimo de fracasso: são muitas vezes situações que requerem um ajuste da medicação e da abordagem ao problema ou a mudança do modelo de tratamento.

Um amigo meu está há meses a tratar de um problema de dependência de drogas. Durante quanto tempo é que vai precisar de apoio?

O tratamento da dependência de substâncias psicoativas pode ser prolongado e não é simples. Os melhores resultados obtêm-se com tratamentos prolongados e contínuos. Como acontece com outras doenças crónicas, as recaídas podem ocorrer, sendo necessário ajustar ou alterar a estratégia seguida de modo a retomar o processo que leve à sua reintegração social.

Tenho de pagar alguma coisa pelas consultas na ARRISCA? O que tenho de fazer para ser isento do pagamento de taxas moderadoras?

As consultas na ARRISCA são gratuitas. Os utentes podem pedir isenção do pagamento das taxas moderadoras relativas às consultas no Serviço Regional de Saúde. O pedido de isenção é feito no seu Centro de Saúde, mediante a apresentação de uma declaração da equipa de tratamento onde está a ser acompanhado.